.devaneios sobre o fim.

E a gente começa a falar verbos no passado sem reparar mais neles. E a gente começa a pensar num "a gente" no passado sem a menor chance no futuro. E a gente se lembra do futuro do pretérito e acredita que vivemos um passado mais-que-perfeito. E fim.

.sobre reencontros e desencontros.

Vem, que eu tenho saudade do teu cheiro, dos teus cabelos compridos, dos teus olhares doces, do teu corpo esguio...
Vem, que eu quero te dar aquele abraço e dizer aquelas palavras que só a gente entende. Quero rir daquelas piadas e lembrar aqueles momentos...
Vem.

_Oi! - E o teu cheiro não é mais o mesmo - Tudo bom? - E tu cortaste os cabelos.
_Como vai? - Engordaste.
_Engraçado a gente se encontrar aqui, justo na sessão de iogurtes... - E o teu olhar é confuso.
_Eu gosto dos de ameixa.
_Ué! Mas não era dos de pêssego?
_Era.

.sobre a saudade quando ela toma voz.

.a Renato Hennys.

ele me disse que a saudade dói no diafragma.
a saudade dele em mim dói nos ouvidos.
a saudade minha nele dói no coração.
a saudade dele em mim doeu na lágrima.
as nossas saudades doeram. sararam. e fim.

.sintomas de amnésia romântica.

"não há o que perdoar."
"a gente sempre se deu tão bem."
"o que foi mesmo que eu disse?"
"que vez?"
"eu nunca menti pra você."